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Camargo Freire biografia - Guia das Artes
Camargo Freire
Informações
Nome:
Camargo Freire
Nasceu:
Campinas - SP - Brasil (09/06/1908)
Faleceu:
Campos do Jordão - SP - Brasil (13/05/1991)
Biografia

Expedito Camargo Freire nasceu em Campinas, aos 9 de junho de 1908, filho de Manoel Freire e Francelina Freire. Campinas – cidade de onde Carlos Gomes partiu, um dia, para a glória e que teve suas andorinhas imortalizadas numa página do incomparável Rui. Aos cinco anos perdeu a mãe e ficou sob a tutela de uma madrinha, fazendeira em Campinas. Aí passou a infância sentindo-se, desde o curso primário – feito no Colégio São Benedito, em regime de semi-internato – atraído pelo desenho. Mais que de um livro para ler, gostava de um caderno para rabiscar. Era a voz da vocação. Não havia, entretanto,quem tivesse ouvidos afinados para escutá-la. Até que chegaram dois pintores italianos a terra onde o injustiçado Coelho Neto foi professor de Literatura. E o garoto encontrou, então, orientadores para as suas tendências artísticas. Começou, assim, a estudar pintura com os professores italianos Luggi Franco e Oreste Colombari. Aos poucos, o garoto tornou-se um jovem de talento patente e o preferido de Colombari, ao qual não só passou a ajudar a lecionar Desenho, mas inclusive colaborava na elaboração de “croquis”, concorrendo com outros pintores em decorações de templos religiosos e teatros. Assim podemos dizer que muitos desses projetos foram vitoriosos em virtude desse apoio, os quais podem ser apreciados nas finas decorações da Catedral de Campinas, Ituverava, Teatro Oberdã de São Paulo e tantas outras, onde Camargo Freire muito contribuiu, ajudando o seu mestre.

Entre os anos de 1933 e 1936, Camargo Freire lecionou Desenho no curso ginasial do Serviço de Educação de Adultos-SEA, do Departamento de Educação do Estado de São Paulo e na Academia Campineira de Pintura, que ajudou a fundar. Nesta época, Camargo Freire trabalhava como motorista de táxi em Campinas. O meio, porém, iria tornar-se pequeno para os sonhos do menino, que já se fazia rapaz.
Em Campinas, fez seus primeiros ensaios mas, como todo jovem que tem uma centelha de idéias e desejos a animá-lo, muito cedo descobriu que a província não lhe oferecia possibilidades, e resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1936.

Chegou ao Rio levando consigo uma carta do pintor Salvador Caruso, que conhecera em Campinas, apresentando-o ao pintor Ado Malagoli.

“Mudei-me para o Rio. Atraíam-me os nomes dos grandes pintores da época. Desejava vê-los, seguir-lhes os conselhos, aproveitando-lhes as lições. Não fui para a Escola das Belas Artes pois, precisando trabalhar para viver, não me sobravam horas durante o dia para a freqüência às aulas. Matriculei-me no Liceu de Artes e Ofícios e passei a fazer parte do Núcleo Bernardelli, sob a orientação de Manoel Santiago”.
Naqueles anos escassos teve que desdobrar-se. Estudava e trabalhava como louco para vencer. Pintou cenários, tabuletas, muros e o que aparecia. Nada podia recusar. Como cenógrafo, trabalhou com Ângelo Lazary. Em 1937, foi desenhista da Editorial Novidades Ltda.

No Núcleo Bernardelli ouviu atentamente as lições e conselhos de artistas como Pancetti, Bustamante Sá, Takaoka, Rescala, Dacosta e outros. Camargo Freire comentava com os amigos os momentos de alegria e dificuldades que os nucleanos viviam: "Quando cheguei ao Rio, em 1936, fiquei conhecendo o Núcleo Bernardelli, por intermédio do pintor Ado Malagoli, a quem entreguei uma carta do pintor Salvador Caruso, amigo de Malagoli, apresentando-me e pedindo ao Malagoli que me orientasse, no sentido de facilitar o meu contato com os pintores, pois o objetivo da minha ida ao Rio era o de estudar pintura. Um dos meus professores de pintura em Campinas tinha me recomendado que, na primeira oportunidade, procurasse uma cidade como São Paulo ou Rio, onde minha vontade de estudar seria facilitada pela convivência com os artistas. Na ocasião, o movimento artístico no Rio era superior ao de São Paulo, foi por esse motivo que preferi o Rio. E condições muito favoráveis: no Núcleo, apesar da nossa pobreza, estávamos sempre rindo e brincando. O ambiente era de alegria, mesmo nos dias em que nem sabíamos se teríamos a oportunidade de comer alguma coisa".

A maneira de enfrentar estas situações com humor era devido às nossas brincadeiras: as piadas, os apelidos, tudo servia para amenizar as situações mais difíceis. A teoria das cores, os valores das tonalidades, as proporções no desenho, muitas vezes transformavam-se nas melhores anedotas e o riso nos encorajava. O meu amigo Bustamante Sá, o Edson Motta, Sigaud, Rescala e outros que tinham estudado na Escola Nacional de Belas Artes, eram os nossos professores. A penúria dos integrantes do Núcleo era tão aguda que alguns, devido à fome, contraíram tuberculose e foram parar nos sanatórios, em Campos do Jordão. Comigo não foi diferente. Quando o médico no Rio de Janeiro me disse que o tratamento não apresentava nenhuma melhora e que achava conveniente a minha ida para Campos do Jordão, eu lhe respondi: “Olha doutor, eu tinha um pouco de dinheiro; mas doente, sem trabalho, foi consumido e, no momento, não tenho condições financeiras para realizar tal viagem”. Mas o médico insistiu: “Sua chance de sobrevivência está no clima de Campos do Jordão”.

No inicio de 1941, os amigos de Camargo Freire se cotizaram e pagaram sua transferência para o Sanatório Ebenézer, em Campos do Jordão. Foi uma mudança radical em sua vida e sobre ela, Camargo Freire revelou: "Não posso e não devo negar a grande transformação que se operou na minha vida e, conseqüentemente, na minha pintura. Foi decisiva e benéfica esta mudança, transformando radicalmente a maneira como até então eu sentia e interpretava a pintura. Vivia no Rio de Janeiro sempre cercado de dificuldades. Pintava muito, mas não ficava satisfeito. Queria estudar mais, num ambiente propicio; realizar meu sonho de pintor. Estudar para não pintar “de ouvido”. Na música não se pode fazer nada sem primeiro estudar e tocar bem algum instrumento. Na pintura, entretanto, muita gente salta pela janela, pois pela porta não é fácil penetrar. Por incrível que pareça, a tuberculose foi minha melhor amiga. Tirou-me das tabuletas e outras atividades puramente comerciais e deu-me Campos do Jordão, ambiente onde pude realizar o que sempre desejei. Nos primeiros dias não pensava que ainda fosse voltar a pintar. No Sanatório só me preocupava com a saúde. No principio, tratei de adaptar-me à nova vida, “aprender” os nomes técnicos da doença e também a pitoresca gíria inventada pelos doentes. Da galeria de repouso a vista era interceptada por um morro. A vontade de saber o que havia do outro lado foi aumentando. Os dias passavam, crescendo a minha inveja dos empregados do Sanatório, quando os avistava galopando sobre as lombadas. Freqüentemente perguntava-lhes: “O que avistam de lá de cima?” E eles respondiam: “Quase nada. Apenas campos, pinheiros,uma aguada perto de uma palhoça, um capão de mato...” Eu ficava cada vez mais interessado, imaginando que paisagem fabulosa a que morro não me deixava ver. Decorridos três meses dei uma escapada sem ordem do médico. O vale se estendia batido de sol e cercado pelas lombas que a luz forte modelava nas mais diversas formas. Senti que, se tivesse tintas, pintaria alguma coisa bem diferente do que até então havia pintado e executei, mentalmente, o meu melhor quadro. Sem a preocupação de manusear pinceis e tintas, acompanhando com o olhar as mutações daquela grande cena, realizei um estudo completo, e descobri nesse instante o rumo que deveria seguir".

Com a recuperação da saúde graças aos ozonas, ao aumento dos glóbulos vermelhos, ao repouso bem tolerado nesse clima frio onde a permanência no leito entre os cobertores é um prazer, voltava à alegria tantas vezes desejada e nova disposição para o trabalho.
Ainda morando no Rio de Janeiro, em 1938 Camargo Freire teve um dos seus quadros aceitos no Salão Nacional de Belas Artes. Mas foi em 1941 que veio o primeiro prêmio da sua vida: a medalha de bronze, no mesmo Salão Nacional, com o quadro “Toryba”, o primeiro pintado em Campos do Jordão. A mudança de seu estilo causou admiração até mesmo dos seus colegas do Rio de Janeiro.
Camargo Freire resolve fincar seu cavalete em Campos do Jordão e, em 1943, casa-se com Maria Theodora Puzzo, ex-interna do Sanatório Ebenézer e que trabalhava como enfermeira no mesmo Sanatório.
Nos anos que se seguiram, Camargo Freire tornou-se destaque na pintura nacional, amealhando todos os principais prêmios nos mais importantes salões do Rio e São Paulo. Em 1953, Barbosa Leite escreveu: O clima de Campos do Jordão salvou esse artista para que a terra das geadas tivesse os seus panoramas, seus pinheiros e sua gente pintados por quem os vê com alma agradecida e a sensibilidade subjugada . Nos seus quadros a natureza é pródiga e se estende em manchas de terra colorida e macia onde se surpreende um convite ao homem para que a trabalhe e domine. O sol se espoja em retalhos imensos, recortando as silhuetas das serras em panos úmidos e frescos que são deliciosas ofertas de paz aos nossos olhos. Há meditação e tempo assinalando a observação do artista sobre as coisas; reflexão e serenidade amadurecendo na impulsão dos nervos e exato gesto que plasma uma folha ou uma réstea de luz. É ponderado; calmo o ritmo das linhas dispostas em silêncio. Tudo chega de leve e passa devagar sobre os espaços que a tela reproduz. As criaturas são quietas e carregam um cansaço resignado, uma pobreza limpa. Há em Camargo Freire o analista cheio de afeição que aproveita dos temas o que transcende a emoção. Seus tipos são criaturas de almas brandas dominadas por uma passividade sem constrangimento, que aceitam a vida num linearismo sem decorrência profundas, sem problemas ou dramas. Seu colorido depurado e digno atinge extremos de indefiníveis modulações. A amplidão se projeta em fugas sem limites, apoiando-se nos contornos bizarros e nos súbitos contrastes de luz, roçando-se nas grimpas frescas e a paisagem de Campos do Jordão é dominada por seus aspectos mais ternos e envolventes, fixada na tela em seus mais memoráveis instantes pelo seu pintor”. Até então, entre os principais prêmios conquistados por Camargo Freire, constava o Prêmio de Viagem pelo País, no Salão Nacional de Belas Artes, em 1948, com uma paisagem jordanense: “Vila Maria”. Em 1956, a glória: Camargo Freire conquista o maior prêmio do Salão Nacional, o de Viagem ao Estrangeiro; uma bolsa de estudos que garantia dois anos de estadia nos Estados Unidos ou Europa. Camargo Freire optou pela Europa e embarcou no ano seguinte. Na Europa conheceu e estudou nos melhores museus do Velho Mundo. Foi aluno da Academia de La Grand Chaumière, Aliança Francesa Parisiense, além de freqüentar cursos de pintura e Historia da Arte do Museu do Louvre. Como aluno da Aliança Francesa, participou de um concurso de cartazes levantando o primeiro lugar entre os artistas estrangeiros. Sobre sua estada na Europa, Camargo Freire contou: Tendo desembarcado em Hamburgo, foi com a Alemanha que tive o primeiro contato. Ainda conservo a forte impressão que me causou este país. Vi as grandes áreas que foram arrasadas pela Segunda Grande Guerra, mas vi também um povo enérgico e trabalhador, recuperando-se rapidamente, reconstruindo suas cidades, valorizando sua moeda e vivendo satisfatoriamente. Em Hamburgo visitei o Museu de Belas Artes, um dos grandes museus entre os mais importantes que conheci. Como o meu destino era Paris, deixei a Alemanha rumando para a Holanda. Em Amsterdã, pude ver a obra prodigiosa de Rembrandt e do seu não menos famoso compatriota Van Gogh. Ambos foram inovadores em suas respectivas épocas. Percorrendo as extensas galerias do Rijksmuseum e do Museu Municipal de Amsterdã é que avaliamos a grande contribuição dos holandeses no panorama artístico europeu. A paisagem da Holanda é típica; ainda vemos os canais, os diques, os moinhos girando com o vento que sopra na vasta planície, agitando os campos repletos de tulipas. O povo é gentilíssimo para com o estrangeiro, olhando-nos com simpatia, procurando sempre nos auxiliar nas dificuldades que por ventura se nos apresentem. Na Europa, as distâncias parecem-nos mais curtas, não só pelo excelente serviço ferroviário, mas, também, pelas dimensões dos países. Partindo de Amsterdã, percorremos boa parte da Holanda, atravessamos toda a Bélgica e chegamos a Paris, numa viagem de apenas sete horas. Permaneci oito meses em Paris, antes de reiniciar a viagem pelos outros países. Durante este tempo aproveitei para freqüentar, na Escola de Belas Artes e na Escola do Museu do Louvre, os cursos de História da Arte. Paris é o centro intelectual e artístico da Europa, mas poderíamos dizer: do mundo. Para aquela fascinante cidade convergem intelectuais e artistas de toda parte. O movimento artístico é surpreendente, o interesse que os museus, pinacotecas, exposições retrospectivas dos grandes mestres, galerias de arte, conferencias, cursos, enfim tudo o que se relaciona com as artes desperta no povo é inacreditável. Só vendo e acompanhando de perto todas estas atividades, é que podemos avaliar a importância que a influência parisiense exerce na arte internacional. De Paris parti para Londres, para visitar a Galeria Nacional, o Museu Britânico e a Galeria Tate. A Galeria Nacional é o Museu de Louvre de Londres, tal é a sua importância. Uma das coisas que mais impressionou nessa pinacoteca, foi o serviço de conservação e restauração dos quadros. Dir-se-ia que foram pintados na véspera, embora os quadros datem do Século XV. Visitando o Museu Britânico, pode-se estudar a história de vários povos, caminhando pelas suas salas, sendo o seu acervo dos mais valiosos e na sua organização das mais perfeitas. Na Galeria Tate, vamos encontrar os impressionistas e as escolas que surgiram desse movimento. Nessa Galeria são realizadas as grandes exposições periódicas. O cidadão londrino é atencioso e cortês para com o estrangeiro, mas só “sabe” falar inglês; para ele só existe um idioma: o seu. Traja-se corretamente, anda sempre abotoado dentro do colete e do paletó, empunhando um guarda-chuva fino como se fosse uma bengala, parecendo que saiu das páginas de um figurino.

Da Bélgica segui para a Alemanha, desta vez pelo sul, na região do Reno, detendo-me em todas as suas principais cidades, a começar de Colônia. A boa impressão que tive da Alemanha foi confirmada nesta segunda viagem. Colônia possui uma catedral que é uma maravilha. A cidade foi parcialmente destruída pelos terríveis bombardeios da Segunda Guerra, mas ela escapou; as suas majestosas torres ainda estão apontando para o céu. Bonn, atual capital, é celebre como cidade universitária e berço de Beethoven. Coblença, a bela cidade da foz do Mosela, amada pela delicia de seus vinhos, igualmente atingida pela guerra, conta nos seus arredores com esplêndidas paisagens que fazem esquecer as nossas preocupações. Frankfurt, cuja parte central foi completamente reconstruída, é uma cidade moderna; suas indústrias química e eletro-técnica são notáveis. Heidelberg e a célebre ruína do seu castelo Renascença. Stuttgart, outra bela cidade e, finalmente, Munique , capital da Baviera, a maior cidade do sul da Alemanha, terra da boa cerveja, das grandes exposições internacionais, das numerosas pinacotecas e museus, anda-se entre eles o famoso Deutsches Museum, cientifico e técnico de fama mundial. Foi em Munique que conheci a grande obra de Rubens, o notável pintor flamengo. Deixando a Baviera, rumei direto para a Suíça, o país que funciona como um bom relógio suíço. Zurique é a mais populosa cidade e a de maior comércio e industria, mas por toda parte vemos este laborioso povo entregue às mais diversas atividades, desde as mais poderosas centrais elétricas ao mais delicado relógio de senhora; e tudo isso trabalhando com a famosa precisão suíça. Também as suas coleções de obras de arte são das mais importantes. Atravessando os Alpes, entrei na Itália pelo Grande São Bernardo, no extremo norte, percorrendo o país até Lecce, no canal de Otranto, onde o Adriático e o mar Jônio se encontram. Permaneci quatro meses na Itália, residindo em Roma e Florença. Visitei todas as principais cidades: Milão, Gênova, Veneza, Nápoles, Bolonha, Siena, Perúgia, Pisa, Pádua, Ravena, Ferrara, Verona etc. Descrever a Itália em poucas palavras é impossível. Direi apenas que é o país mais belo entre todos os que visitei; o seu patrimônio artístico é simplesmente assombroso e seu povo gentilíssimo.

Em Campos do Jordão

Em 1948 Camargo Freire fez parte do primeiro corpo docente da primeira escola de ensino médio de Campos do Jordão. O Ginásio de Campos do Jordão funcionou, em 1948, no prédio do Grupo Escolar Domingos Jaguaribe, sob a direção do professor Theodoro Corrêa Cintra. No ano seguinte, o Ginásio funcionou na Vila Dom Bosco, dos padres salesianos e, em 1950, em prédio na Vila Suíça. Carinhoso e exigente, Camargo Freire marcou a vida de seus alunos; suas aulas, mais que de Desenho, eram carregadas de belas lições de vida, muitas delas perenizadas nas lembranças de seus alunos. Nos seus alunos, Camargo Freire procurava despertar o “dom” para o desenho e pintura: Freqüentemente ouvimos de nossos alunos, quando examinamos os seus cadernos, esta explicação, à guisa de desculpas:-” “Eu não tenho dom para desenho. Meu pai diz que para desenhar ou pintar é preciso ter dom...” Será mesmo verdadeira está afirmação? Vejamos?, pois, como deve ser encarada essa questão, não apenas pelos que possuem o dom, mas principalmente, pelos que afirmam não possuí-lo. Na arte, o dom desempenha um papel importante,muito mais que em qualquer outra profissão. Essencialmente, o artista é constituído pelo dom, quer seja nas artes plásticas, quer seja na música ou nas letras. Um homem que não tem particular vocação para a Medicina, a Engenharia ou o Direito, sendo inteligente e devotado,poderá fazer uma bela carreira de médico, engenheiro ou jurista. Nas artes isso é impossível, pois nem a inteligência mais sutil nem o trabalho mais dedicado poderão jamais substituir o dom. Esse dom é dote natural que nasce com o artista e que não pode ser transmitido a ninguém através do ensino. Qualquer pessoa poderá aprender o desenho, a pintura ou a música mas nunca será um artista se não tiver o dom. Por sua vez, o artista nato terá que estudar e trabalhar para desenvolver cada vez mais suas qualidades naturais. Aprender a desenhar e pintar não é a mesma coisa que fazer uma cadeira ou uma bicicleta, decorar os rios da Europa ou as propriedades do ácido sulfúrico. Isto porque não se trata de armazenar fatos na memória. Aprender a desenhar e pintar é representar o que vemos ou imaginamos. É exprimir o que sentimos por meio das linhas e das cores. É dominar o “métier”, conhecendo a técnica de todos os elementos indispensáveis para melhor realizar uma obra de arte. Somente o dom não é o bastante para o artista expressar suas emoções, como provam as várias tendências da arte moderna, cada uma delas com uma técnica própria, com suas leis, sem as quais não seria possível representá-las. O impressionismo, apenas para citar um exemplo, foi um movimento que deu inicio à revolução artística. Para se opor a esta escola, o cubismo surgiu com sua técnica completamente contrária aos princípios preconizados pelos impressionistas. Nenhum artista poderá ignorar estes movimentos renovadores e para isso terá que estudá-los. Particularmente, sou fiel aos princípios clássicos da pintura e não tenho para com os modernos as expressões duras que de muitos se ouvem por aí. Não lhes sou contra. Nem lhes sou a favor. Para mim, todas as escolas e tendências cabem dentro de dois grupos, os únicos que, para mim, devem ser tomados em consideração: a boa e a má pintura. Só vejo mal ao modernismo: é que ele permitiu, com o aparecimento de artistas geniais como Portinari, que viesse uma enxurrada de mediocridade, fazendo mais barulho que pintura. É fácil explicar o fenômeno: imagina um sujeito que, sem nunca haver estudado música, apanhasse um saxofone e saísse pelas ruas a soprar no instrumento, proclamando-se um gênio da hora que passa. Poderia esse homem ser tomado a sério? Seria olhado como caso de policia ou de hospício. Não lhe parece? Mas há saxofonistas da pintura que vivem soltos pela cidade... Os que não são dotados dessa coisa divina que chamamos dom, poderão aprender desenho, chegando mesmo a ser reputados grandes desenhistas.

Aplicarão os conhecimentos técnicos do desenho com zelo e acerto, mas não serão artistas no sentido exato da palavra. Agora, ninguém poderá convencer que, para desenhar triângulo ou uma outra qualquer forma geométrica seja preciso ter dom, seja preciso ser artista!. Em 1951, Camargo Freire executou a pintura na Capela de Nossa Senhora da Saúde, em Jaguaribe, bairro-berço de Campos do Jordão. Sobre o fato, Joaquim Corrêa Cintra, escreveu no Jornal “A Cidade de Campos do Jordão”, edição número 146, de 16 de Dezembro de 1951: “Assistimos, quinta-feira última, à benção de um magnífico painel executado pelo consagrado pintor patrício, Camargo Freire, na parede de fundo da Capela de Nossa Senhora da Saúde, em Vila Jaguaribe. A convite do Revmo. Frei Vital Pires de Oliveira Dias, virtuoso capelão de Nossa Senhora da Saúde, que muito tem feito para dotar a Padroeira de Jaguaribe de um templo digno das suas excelsas virtudes e tradições, estivemos presentes ao ato juntamente com as diversas autoridades locais e pessoas gradas. Apreciar a obra do pintor Camargo Freire, sob ponto de vista artístico, seria de nossa parte uma leviandade. O seu nome tem-se projetado já no cenário pictórico nacional, como uma das mais legítimas expressões. Os prêmios que tem conquistado em disputadíssimos Salões são um atestado eloqüente da sua capacidade. Sob o ponto de vista de interpretação do motivo evocado no imenso painel, podemos afirmar que foi o mais feliz possível, eis que representa um casal humilde, tendo a mulher uma criança enferma nos braços, a qual estende, súplice, à Nossa Senhora da Saúde. Como fundo do painel, vemos a silhueta da Pedra do Baú e esguios pinheiros, símbolos de Campos do Jordão. A impressão que tivemos foi a melhor possível e temos certeza de que, a mercê desse belo trabalho, a Capela de Nossa Senhora da Saúde será um ponto de referencia obrigatório de todos os que visitam a nossa Estância!”. Em outubro de 1951, Camargo Freire fez uma exposição de 40 obras no Hotel Vila Inglesa, que despertou as seguintes observações de Osvaldo Alves: “Camargo Freire, esse campineiro várias vezes premiado, merece que se lhe assinale o talento sob várias facetas.Logo de inicio diremos que Camargo Freire é um panteísta dentro da pintura. Há uma identificação do artista com seus quadros. Em “Montanhas e Vales”, é notável essa identificação: equilíbrio de perspectiva na majestade destas montanhas singulares. Todos os seus quadros transpiram lealdade, desinteresse, vocação, personalidade. Nada de comercialismo artificialista, nada de imitação cabotina muito comuns em pintores não raro célebres. Camargo Freire segue os milenares conselhos da sabedoria grega: “Sê tu mesmo”. A nota dominante das produções artísticas de Camargo Freire é o que se desprende de todos os seus quadros: melancolia e sentimento de abandono, possivelmente herdados da infância e cristalizados na adolescência, com os últimos retoques na época de enfermo a que quase todos estivemos sujeitos. Eis aí mais uma prova da identificação do pintor com a sua obra! O excesso de equilíbrio dá-lhe, na combinação de cores uniformes e no temário paisagístico, uma timidez que às vezes empana certos e repetidos vislumbres de genialidade. É apenas um fenômeno de transição: Camargo Freire progride a passos lentos e firmes. O pintor, sem falso elogio, é agora senhor do cenário natural subjetivo. Está agora povoando, com primeiros traços de quase genialidade, o cenário ao qual ele tanto se identificou. Magnífico período! Camargo Freire prestou um grande beneficio a Campos do Jordão, com a exposição dos seus quadros no Hotel Vila Inglesa. Em poucos minutos todos ficaram convencidos, ali mesmo, de que no Brasil, no cenário multifacetado desta natureza vária, há um dos recantos mais lindos do mundo poético: Campos do Jordão!”.

Em abril de 1962, foi inaugurada a Sala Camargo Freire, no Colégio Estadual e Escola Normal de Campos do Jordão. A década de 1970, para Camargo Freire, foi marcada pelas exposições no interior do Estado de São Paulo. Dizia ele que o fazia mais por prazer, embora se enriquecesse cada vez mais o seu já vasto “curriculum” e aumentasse o número de seus prêmios. Um fato pitoresco dessa época vale ser citado. Num desses Salões, Camargo Freire demonstrou o seu lado revoltado, chateado, como os seus amigos quase nunca o encontravam. O motivo da revolta: um dos seus quadros tinha sido rejeitado pela Comissão Organizadora. Numa carta enviada à Comissão, Camargo Freire desabafou: “(...) O quadro recusado, cujo titulo ‘Rosa sem Espinho’, mostrava uma jovem deitada, tendo na mão um ramo de rosas. Quando fui buscar os quadros, fiquei sabendo que o motivo da recusa foi feito pelo assunto (a figura nua). Acreditei nessa informação porque no Salão não havia nenhum nu. Provavelmente, todos os que foram recusados pelo assunto e não pela qualidade da pintura. Na França, uma tela na qual está pintado um nu, chama-se Academia. E isso porque em todas as Academias o modelo preferido é a figura nua, por ser a mais difícil.

Não vou enumerar aqui tudo o que podemos estudar e aprender quando desenhamos e depois pintamos o corpo humano. No Rio de Janeiro nós, os estudantes, costumávamos dizer que os quadros recusados tinham sido ‘cortados’. Eu e meus colegas sempre aceitamos o ‘corte’, pois só assim poderíamos participar de um excelente e criterioso Salão de Belas Artes. Para isso é necessário que a seleção seja feita por artista competente, que conheça e leve em consideração os elementos indispensáveis que determinam a boa ou má qualidade da obra apresentada; seja paisagem, retrato, natureza morta ou nu. Não sendo assim, é preciso que, no regulamento do Salão, seja especificado o que a Comissão Organizadora e a de Seleção aceitam e o que é proibido pintar!...E para finalizar, eu poderia citar grandes Mestres, que se destacaram principalmente na pintura ou escultura, reproduzindo a figura humana masculina ou feminina inteiramente nuas. Miguel Ângelo pintou na Capela Sistina no Vaticano todas as figuras nuas no seu velho amor pela beleza do corpo humano. Mais tarde, o pintor Volterra, por ordem do Papa, cobriu os nus de ligeiro panejamento e o povo romano, criticando essa mutilação da grande pintura de Miguel Ângelo, apelidou Volterra de ‘Brachettone’, que na linguagem da época queria dizer: o fazedor de cuecas! É lamentável que nessa era de bomba atômica, ônibus espacial, informática, o homem na lua e tantas coisas extraordinárias, alguém ainda veja na beleza do nu feminino algo de obsceno. A obscenidade está na cabeça de tarados sexuais. (...)”

Na década de 1980, Camargo Freire fez parte do Conselho Municipal de Cultura. Em 1980 participou da fundação da Academia de Letras de Campos do Jordão, ocupando, como membro efetivo, a cadeira número 5, que teve como primeiro patrono o pintor Edson Motta.

A respeito de sua indicação para a Academia, Camargo Freire disse: “Não são muitas as cidades brasileiras que possuem uma Academia de Letras. Com exceção deste, todos os seus membros são literatos, escritores, doutores, professores, pessoas capacitadas. Quando eu fui convidado para participar da Academia de letras, agradeci o honroso convite, mas disse que, sendo uma Academia de Letras e eu apenas um simples professor de Desenho e pintor de Belas Artes, não deveria fazer parte de um meio tão ilustre. Mas o acadêmico que me convidou achou que, pela minha atuação no meio artístico, pelos prêmios que obtive com minha pintura, toda ela inspirada aqui em Campos do Jordão, poderia participar como artista e professor. Fiquei muito contente pela consideração que me foi dispensada pelos ilustres acadêmicos. Procurei dedicar-me ainda mais à pintura, aprimorando meus trabalhos e esforçando-me para merecer participar das reuniões da Academia, ouvir os grandes oradores que, com brilhantismo, pronunciaram suas palestras, proporcionando a todos nós memoráveis reuniões. Procurando colaborar, consegui com minha pintura mostrar as belezas de nossa cidade e também o valor do seu clima maravilhoso, pois aqui recuperei a saúde”.

Em julho de 1981, perde sua esposa Maria Theodora Puzzo e, em 1984, casa-se com Benedita Rodrigues da Silva. Em 1982, foi criada, em Campos do Jordão, a Pinacoteca Municipal Camargo Freire, funcionando em frente à Praça de Vila Capivari. Em 1994, a Pinacoteca Municipal transferiu-se para o Horto Florestal.
Em Campos do Jordão, Camargo Freire marcou a vida da cidade, mesmo com a sua peculiar timidez. Foi professor de Desenho por mais de trinta anos: elaborou os “croquis” dos carros alegóricos da Festa da Maça; é o autor dos lay-outs dos diplomas concedidos pela Prefeitura e Câmara Municipal, além de ele mesmo fazer jus a alguns desses títulos recebidos em várias ocasiões, como o de Professor Padrão, Cidadão Honorário, Diplomas de Reconhecimento, além de Votos e Moções de Congratulações. Camargo Freire também participou ativamente dos Conselhos de Educação e Saúde e o de Cultura de Campos do Jordão. No dia 13 de maio de 1991, às 11h30, depois de completar 50 anos vividos em Campos do Jordão, fecha os olhos para sempre, deixando imortalizada a paisagem que ele tanto amou e na qual se inspirou.

Cronologia

908 – Nasce em Campinas – SP, aos 9 de junho. 1936 – Transfere-se para o Rio de Janeiro e filia-se ao Núcleo Bernardelli. 1938 – Primeira participação no 44º Salão Nacional de Belas Artes. 1941 – Vitimado pela tuberculose, transfere-se para Campos do Jordão – SP. - Medalha de Bronze no 47º Salão Nacional de Belas Artes, com o quadro “Toryba”. - Diploma de Sócio-Benfeitor da Sociedade Beneficente União dos Motoristas de Campinas – SP 1942 – Participação no 48º Salão Nacional de Belas Artes, com o quadro “João Carreiro”. 1943 – Participação no 49º Salão Nacional de Belas Artes. - Menção Honrosa no 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia. 1944 – Casa-se com Maria Theodora Puzzo - Prêmio “Caixa Econômica Federal” no 50º Salão Nacional de Belas Artes, com o quadro “Alto do Lajeado”. Participou também com o quadro “Arredores de Abernéssia”. - Participação no 10º Salão Paulista de Belas Artes. 1945 – Medalha de Prata no Salão Nacional de Belas Artes. - 2º Prêmio “Prefeitura de São Paulo” no 11º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia. 1947 – Medalha de Bronze no 13º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia. - Participação na Primeira Exposição Circulante de Belas Artes, organizada pela Divisão de Turismo e Expansão Cultural do Departamento Estadual de Informações.Quadros expostos: “Água de chuva” e “Abernéssia”. 1948 – Prêmio de “Viagem pelo País” no 53º Salão Nacional de Belas Artes com o quadro “Vila Maria”. Participou também com os quadros “Chuvas – São Paulo” e “Auto-retrato”. - 1º Prêmio “Prefeitura de São Paulo” no 14º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia. - Diploma de Mérito da Seção de Pintura no salão Anual da Sociedade Brasileira de Belas Artes, realizado no Rio de Janeiro – RJ. Quadro premiado: “Menino em Manhã de Geada”. - Escolhido o quadro “Igreja de Campo Belo” para fazer parte da Exposição de pintura e escultura das Repúblicas Americanas, simultaneamente com a reunião da IX Conferência Internacional Americana. O Brasil participou com 20 pinturas e 10 esculturas. 1949 – Exposição Individual em Catanduva – SP. - Participação no 54º Salão Nacional de Belas Artes com os quadros “Campos do Jordão” e Montanhas e Vales”. - Participação no 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia. 1950 – 1º Prêmio “Carlos Gomes” no 7º Salão de Belas Artes de Campinas – SP (2º Intermunicipal do Interior de São Paulo). - Participação no 55º Salão Nacional de Belas Artes com os quadros “Aguadeiros do São Francisco” e Menino Doente”. 1951 – 1º Prêmio “Miguel Vicente Cury” no 8º Salão de Belas Artes de Campinas – SP (3º Intermunicipal do Interior de São Paulo). - Exposição Individual no Hotel Vila Inglesa, Campos do Jordão – SP - Execução do painel na Capela de Nossa Senhora da Saúde, Campos do Jordão – SP. - Participação no 16º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia. 1952 – Pequena Medalha de Prata no 17º Salão Paulista de Belas Artes, nos salões do Trianon. - 1º Prêmio “Ramiro Pessoa” no 9º Salão de Belas Artes de Campinas – SP (4º Intermunicipal do Interior de São Paulo). - Participação no 57º Salão Nacional de Belas Artes com os quadros “Livro de História” e Queimada na Serra”. 1953 – Medalha de Ouro no Salão Fluminense de Belas Artes. - Prêmio Aquisição no 18º Salão Paulista de Belas Artes. - Prêmio de Honra “Cidade de Porto Alegre”, Medalha de Prata e Prêmio de Aquisição no 4º Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Todos os prêmios se referem a um único quadro: “Vila Britânia”. - Participação no 58º Salão Nacional de Belas Artes com os quadros “Jaguaribe – Campos do Jordão” e Vila Britânia – Campos do Jordão”. - 1º Prêmio “Diretoria de Ensino e Difusão Cultural” no 10º Salão de Belas Artes de Campinas – SP (5º Intermunicipal no Interior de São Paulo). - Diploma de Honra ao Mérito pelos serviços prestados na 1º Festa da Maça de Campos do Jordão – SP. 1954 – Prêmio Aquisição no 59º Salão Nacional de Belas Artes com o quadro Morro do Elefante – Campos do Jordão”. Participou também com os quadros Vale do Baú – Campos do Jordão” e “Homem Sentado”. - Medalha de Prata no Salão da PUC – RJ. - Participação no 19º Salão Paulista de Belas Artes. - Prêmio “Governador do Estado” no Salão do IV Centenário, em São Paulo – SP. 1955 – Medalha de Prata no 5º Salão de Belas Artes de Juiz de Fora – MG. - Participação no 60º Salão Nacional de Belas Artes com os quadros “Vigia dos Bandeirantes” e Vila das Lavadeiras”. - O Museu Nacional de Belas Artes edita o “Guia das Galerias de Brasileiros”, e Camargo Freire figura na “Quinta Galeria” com o quadro “Vila Britânia”. 1956 – Grande Medalha de Prata no 20º Salão Paulista de Belas Artes. - Prêmio de “Viagem ao Estrangeiro” no Salão Nacional de Belas Artes com o quadro “Namorados”. Participou também com os quadros “Porto de São Sebastião” e “São Paulo”. - Voto de Congratulações de autoria do vereador Miguel Lopes Pina, aprovado pela Câmara Municipal de Campos do Jordão – SP. - Participação no I Salão Ferroviário, no MEC, Rio de Janeiro. 1957 – Participação no 21º Salão Paulista de Belas Artes. - Segue para Paris, onde fica entre os anos 1957-58. 1959 – Participação no 23º Salão Paulista de Belas Artes. 1960 – Participação no 24º Salão Paulista de Belas Artes. - Participação no 65º Salão Nacional de Belas Artes com os quadros “Les Chats” e “Berey-Paris”. - Mostra Individual no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro – RJ. - Menção Honrosa no Salão de Catanduva – SP. - Título de Cidadão Honorário de Campos do Jordão – SP 1961 – Prêmio Aquisição no Salão Nacional de Belas Artes com o quadro “Paisagem (Granada – Espanha)”. - Participação no 25º Salão Paulista de Belas Artes. - Diploma de Sócio-Benfeitor do Grupo Cruzeirense de Cultura. 1962 – Participação no 26º Salão Paulista de Belas Artes. - Nomeado Membro do Conselho Municipal de Educação e Saúde de Campos do Jordão – SP - Inaugurada a “Sala Camargo Freire” no prédio onde funcionava o Colégio Estadual e Escola Normal de Campos do Jordão – SP. - Medalha da Revolução Constitucionalista, outorgada pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo nos anos 1962, 1967 e 1982. 1964 – Participação no 28º Salão Paulista de Belas Artes. - Participação no Salão Nacional de Belas Artes. - Certificado de Doação na Campanha “Ouro para o bem do Brasil”. 1965 – Medalha de Ouro no Salão Nacional de Belas Artes. - Prêmio Aquisição no 31º Salão Paulista de Belas Artes. 1966 – Participação no Salão 30º Paulista de Belas Artes. 1968 – Participação no Salão Nacional de Belas Artes. - Participação no 32º Salão Paulista de Belas Artes. - A Sala de Exposições Temporárias do Museu Nacional de Belas Artes realiza, de 11 de Julho a 04 de Agosto, a Exposição de Paisagens de Pintores Brasileiros do Acervo do Museu. Camargo Freire figura com dois quadros. 1970 – Participação no 34º Salão Paulista de Belas Artes. - Diploma de Reconhecimento da Câmara Municipal de Campos do Jordão – SP, de autoria da vereadora Carmem Astolfi. 1971 – Medalha de Bronze no Salão de Piracicaba – SP. - Prêmio “Casa Michelângelo” no Salão Paulista de Belas Artes. 1972 – Participação no Salão de Piracicaba – SP. - Participação no Salão de Santos – SP - Participação no 36º Salão Paulista de Belas Artes. 1973 – Participação no Salão de Piracicaba – SP - Participação no 37º Salão Paulista de Belas Artes. 1974 – Participação no Salão de Piracicaba – SP - Pequena Medalha de Prata no Salão de Amparo – SP - Participação no 39º Salão Paulista de Belas Artes. - Participação na Comissão de Seleção e Premiação no Salão de Taubaté – SP. 1975 – Participação na Comissão de Seleção e Premiação no Salão de Taubaté – SP 1976 – Medalha de Ouro no Salão de Amparo – SP. - Participação no 40º Salão Paulista de Belas Artes - Participação no Salão de Itu – SP - Certificado de participação de Treinamento de Pessoal Docente sobre Estrutura Curricular da Escola de 1º Grau, realizado pela Delegacia de Ensino de Pindamonhangaba – SP. 1977 – Participação no Salão de Piracicaba – SP - Participação no 41º Salão Paulista de Belas Artes - Participação no Salão de Itapetininga – SP. - Medalha de Honra no Salão de Taubaté – SP - Voto de Louvor, de autoria do vereador Agripinio Lopes de Morais, aprovado pela Câmara Municipal de Campos do Jordão – SP 1978 - Medalha “Prefeitura de Taubaté” e título de “Melhor Obra” no Salão de Taubaté – SP - Participação no Salão de Piracicaba – SP. - Participação no Salão de Amparo – SP - Participação no 42º Salão Paulista de Belas Artes. 1979 – Título de Professor-Padrão, outorgado pela Câmara Municipal de Campos do Jordão – SP. - Troféu “Estância de Amparo” no Salão de Amparo – SP - Participação no 43º Salão Paulista de Belas Artes - Expositor convidado no Salão de Taubaté – SP. - Participação no 2º Salão da Ferrovia da RFFSA-RJ. - Participação na Mostra “Crio...Exponho...Existo!” em Campos do Jordão – SP. 1980 – Participação no Salão de Taubaté – SP - Prêmio “Secretaria de Estado da Cultura” no 44º Salão Paulista de Belas Artes. - Moção de Congratulações, de autoria do vereador Sylvio Pereira Moisés, aprovada pela Câmara Municipal de Campos do Jordão – SP - Membro-Fundador da Academia de Letras de Campos do Jordão – SP, ocupando a cadeira nº 5, que tem por patrono o pintor Edson Motta. 1981 – Placa de Prata, homenagem da Prefeitura de Taubaté – SP - Título de Sócio-Benfeitor do Educandário Santo Antônio de Campos do Jordão – SP - Morre Maria Theodora Puzzo 1982 – Participação no Salão de Taubaté – SP, na 5ª Mostra de Arte Taubateana. - Criada em Campos do Jordão – SP, a Pinacoteca Municipal Camargo Freire. 1983 – Participação no 2º Salão Regional de Arte Contemporânea de São José dos Campos – SP – Homenagem Especial - Participação na Mostra Coletiva de Natal da Associação Esportiva São José – São José dos Campos – SP. - Exposição Individual na Galeria do SENAC – Taubaté – SP. - Diploma de Reconhecimento da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2ª CIA - Recebe o grau de Comendador da Ordem do Mérito das Artes Plásticas, outorgado pela União Nacional dos Artistas Plásticos – UNAP. 1984 – 1º Prêmio na Exposição da Semana do Meio Ambiente em Campos do Jordão – SP - O Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro – RJ, inaugura a “Galeria Eliseu Visconti”, reunindo 163 melhores artistas brasileiros ou radicados no Brasil, representando a pintura brasileira do Século XX. Camargo Freire está representado pelo seu quadro “Vila Maria”, pintado em 1948, fazendo parte da chamada “Fase do Núcleo Bernardelli”, que vai de 1932 a 1948, juntamente com José Pancetti, Takaoka, Quirino Campofiorito, Santiago, Borges da Costa, Rescala, Edson Motta, Bustamante Sá, Dacosta, Tenreiro, Malagoli e Sigaud. - Casa-se com Benedita Rodrigues da Silva 1985 – Participação na Mostra “Crio...Exponho...Existo!”, em Campos do Jordão – SP. - Participação na exposição “paisagem Brasileira”, no Museu de Arte de São Paulo – MASP. - Diploma de participação na Comissão Julgadora do Concurso de Pintura e Pirogravura do 11º Festival Esportivo e Cultural de Campos do Jordão – SP. 1986 – Prêmio Especial do Júri no Salão de Matão – SP. 1987 – Troféu “Francisco Cimino” no Salão de Amparo – SP. - Participação no 5ª Mostra de Arte de Campos do Jordão – SP 1988 – Participação na Exposição do “Dia da Cidade” em Campos do Jordão – SP. 1989 – Padrinho da 1º Feira de Ciências do Município de Campos do Jordão – SP. - O Museu Nacional de Belas Artes realiza a exposição “Um olhar Moderno” de 24/10/1989 a 28/01/1990. Camargo Freire está representado com o quadro “Alto do Lajeado”. 1990 – Em Outubro, O Instituto Florestal do Estado de São Paulo criou o “Acervo Camargo Freire de Artes Plásticas” no Parque Florestal de Campos do Jordão – SP. 1991 – Morre, aos 13 de Maio.

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